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quinta-feira, junho 12
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Ipaam registra queda de 21,09% no desmatamento e 37,5% nos focos de calor no Amazonas em maio

Tempo de leitura: 3 minutos

O Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) registrou uma redução no desmatamento e nos focos de calor no estado, durante o mês de maio de 2025. A área desmatada caiu 21,09%, totalizando 9.649 hectares, frente aos 12.229 hectares observados no mesmo período de 2024.

Os alertas de desmatamento também apresentaram uma queda de 38,05% em maio deste ano, com 1.706 registros, contra 2.754 em maio de 2024. A redução mais expressiva foi nos focos de calor, que diminuíram 37,5%, passando de 40 ocorrências, em maio do ano passado, para 25, em 2025.

Esses dados são provenientes do Programa Brasil Mais, resultado de um convênio entre o Ipaam e o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), que garante precisão no monitoramento das alterações ambientais. As áreas identificadas são disponibilizadas no Painel de Alerta de Mudança e delimitadas a partir de imagens do satélite Planet, com resolução espacial de três metros.

O diretor-presidente do Ipaam, Gustavo Picanço, atribuiu os resultados ao aprimoramento das ações de vigilância ambiental. “Temos intensificado o uso de tecnologias que nos permitem acompanhar, quase em tempo real, o que acontece com a cobertura florestal no Amazonas. Essa capacidade de resposta rápida é um diferencial no enfrentamento aos crimes ambientais”, destacou.

Monitoramento avançado com o CMAAP

A estrutura do Centro de Monitoramento Ambiental e Áreas Protegidas (CMAAP) do Ipaam fortalece essa vigilância. O CMAAP conta com espaços para as gerências, um auditório para 100 pessoas e um sistema de monitoramento com dez painéis visuais de informações (dashboards), que disponibilizam dados diários de desmatamento e focos de queimadas em cada município do Amazonas.

Cada painel tem uma funcionalidade específica, incluindo o acompanhamento diário das áreas de Unidade de Conservação (UC). O CMAAP amplia o monitoramento com dados temporais, que permitem a observação contínua da cobertura vegetal nas áreas de maior degradação potencial, além de propriedades inseridas no Cadastro Ambiental Rural (CAR), Empreendimentos Licenciados e Áreas Protegidas (Unidade de Conservação Estadual – UCE, Unidade de Conservação Federal – UCF e Terras Indígenas).

A coordenadora do CMAAP, Priscila Carvalho, ressaltou a cautela na análise dos dados sobre focos de calor e destacou a cooperação entre os entes ambientais e as Forças de Segurança. “O Ipaam monitora as áreas desmatadas e acompanha os focos de calor, colaborando com os bombeiros na atuação e prevenção. A integração entre os órgãos ambientais e as autoridades competentes é fundamental para garantir a proteção da nossa floresta e a redução desses índices”, explicou.

“Nem sempre um foco representa uma queimada criminosa”, acrescentou Priscila Carvalho. Segundo a coordenadora, pode ser consequência de processos naturais ou até mesmo de queimadas autorizadas e controladas, previstas na legislação. “Por isso, fazemos uma análise criteriosa antes de qualquer medida punitiva”, frisou.

Ranking dos municípios e sanções legais

Entre 1º e 31 de maio de 2025, os municípios com maior área desmatada no Amazonas foram Apuí, com 4.015 hectares; Lábrea, com 1.342 hectares; e Novo Aripuanã, com 851 hectares (a 453, 702 e 227 quilômetros de Manaus, respectivamente).

Em relação aos focos de calor, os maiores registros foram registrados em Manicoré, com 14 ocorrências, seguido por Autazes, com 3, e Iranduba, com 2 (respectivamente, a 332, 113 e 27 quilômetros da capital).

O desmatamento ilegal, conforme o Decreto Federal nº 6.514/2008, pode resultar em multas de R$ 5 mil por hectare ou fração da área afetada. Esse valor pode ser dobrado em caso de uso de fogo ou incêndios ilegais. Além disso, as áreas desmatadas podem ser embargadas e os equipamentos utilizados na prática ilegal apreendidos.

Queimadas não autorizadas em áreas agrícolas, destinadas à renovação de pastagens ou cultivo, também são passíveis de autuação, com multas de R$ 3 mil por hectare, conforme o mesmo decreto.

Denúncias e fiscalização

Em caso de denúncia, o Ipaam disponibiliza o contato da Gerência de Fiscalização Ambiental (Gefa) pelo WhatsApp: (92) 98557-9454. As ações de fiscalização ambiental seguem sendo intensificadas para coibir práticas irregulares e assegurar a conservação da fauna amazônica.

O Instituto reforça que as operações continuarão em diversas regiões do Amazonas, com foco no combate a atividades ilegais que coloquem em risco o equilíbrio ambiental. A integração entre os órgãos de fiscalização e as Forças de Segurança pública permanece como pilar estratégico para a efetividade das medidas de proteção.

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