
A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) apresentou, nesta sexta-feira (13/06), os resultados da Operação Tentáculos, que resultou nas prisões de 25 pessoas por ligação ao tráfico de drogas, organização criminosa, homicídio e lavagem de dinheiro, incluindo investigados por financiar a pirataria no rio e o tráfico de drogas, e apreendeu veículos, drogas, munições e dinheiro.
A operação ocorreu na quinta-feira (12/06) e foi coordenada pela Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Coari (a 363 quilômetros de Manaus), em ação conjunta com os Departamentos de Polícia do Interior (DPI), de Investigação sobre Narcóticos (Denarc) e de Polícia Metropolitana (DPM), Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core-AM) e Delegacia Fluvial (Deflu).
Para a operação, 80 policiais civis foram mobilizados para dar cumprimento à 81 mandados de prisões e de busca e apreensão, sendo 36 de prisões e 45 de busca e apreensão. Os mandados também foram cumpridos em Manaus e Tefé (a 523 quilômetros de Manaus).
O delegado-geral da PC-AM, Bruno Fraga, definiu a Operação Tentáculos como a maior operação da Polícia Civil no interior do Estado contra a pirataria, o narcotráfico e organizações criminosas, e disse que a operação foi voltada contra uma organização criminosa bastante estruturada que conseguia lucros por meio de pirataria nos rios.
“O saldo da operação foram 25 pessoas presas e, entre eles, estão pessoas responsáveis por financiar traficantes de Coari para “roubar” drogas de outros traficantes que desciam com o material ilícito da Tríplice Fronteira. Ou seja, eram traficantes subtraindo drogas de outros traficantes para conseguir lucro por meio da mercancia dos entorpecentes”, explicou o delegado-geral.
O delegado-geral destacou o baque que a Polícia Civil conseguiu contra a criminalidade no município de Coari com as prisões, além das apreensões de armas, drogas e veículos.
“O principal foi as prisões das lideranças que orquestravam o tráfico de drogas em Coari, que é um câncer social e ataca desde as crianças em escolas até os danos colaterais que decorrem desse tipo de crime, como homicídios, roubos, furtos, entre outros”, disse o delegado-geral.
O delegado Paulo Mavignier, diretor do Departamento de Polícia do Interior (DPI), disse que a Operação Tentáculos causou um forte impacto ao tráfico de drogas na região do Médio Solimões e destacou que a Polícia Civil continuará trabalhando para desmantelar o crime organizado que atua na região.
“A Polícia Civil não vai ser implacável, vamos continuar trabalhando para combater o tráfico de drogas e outros crimes relacionados para garantir a segurança da população de Coari”, falou o delegado.
Conforme o delegado José Barradas, titular da DIP de Coari, as investigações estavam em curso há mais de 10 meses e apurou os crimes de pirataria, tráfico de drogas, homicídio, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
“Denominamos a operação como Operação Tentáculos pois se trata de uma organização criminosa muito bem estruturada, voltada à pirataria e ao tráfico de drogas, em que existe a hierarquia dos chefes do tráfico, os financiadores da pirataria e do tráfico de drogas, os distribuidores das drogas, os pistoleiros, as pessoas que fazem a lavagem do dinheiro e os informantes”, contou o delegado.
Segundo o delegado, durante as investigações foi possível constatar que a organização criminosa tinha um plano de matar um agente de segurança pública e, também, o envolvimento de funcionários públicos na organização criminosa.
“Ainda teremos outros desdobramentos, mas por enquanto o resultado foram 25 pessoas presas e apreensões de armas, drogas, drones usados pelo grupo criminoso. Entre os presos em Coari, estão dois dos principais alvos da operação, o Arnaldo Júnior Guimarães Mitouso, conhecido como “Bigode”, e o Jhony Cléber de Alencar, conhecido como “Olho de Gato””, mencionou o delegado.
Ainda de acordo com o delegado, o “Bigode” é investigado por financiar atividades de piratas no rio, tráfico de drogas e organização criminosa e ele foi preso em sua residência, onde foram apreendidos um veículo de luxo blindado, dinheiro e celulares.
Já o “Olho de Gato” é investigado por financiar o tráfico de drogas em Coari. Durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão, foram apreendidas arma .40, munições, drogas e um veículo.
FOTOS: Lyandra Peres e Beatriz Sampaio/PC-AM.