
A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), por meio da 57ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Alvarães (a 531 quilômetros de Manaus), informa que seguem em andamento as investigações para localizar Alexsandro da Silva, conhecido como “Branco”, bem como para apurar o desaparecimento de Ana Paula da Costa Barbosa, de 28 anos, e dos dois filhos dela: Kauã Miguel Barbosa de Sousa, de 10 anos, e Maria Ísis Barbosa de Sousa, de 7 anos. Os três estão desaparecidos desde abril de 2024.
De acordo com o delegado Marcelo Lopes, da 57ª DIP, a Polícia Civil tomou conhecimento do caso em fevereiro deste ano, quando o ex-marido de Ana Paula registrou o desaparecimento dela e das crianças. As diligências foram iniciadas imediatamente e foi constatado que Ana Paula havia se mudado de Alvarães para Tefé (a 523 quilômetros de Manaus), acompanhada de Alexsandro da Silva.
Durante as investigações, a equipe policial identificou que Ana Paula utilizava diversos números de telefone, levantando a suspeita de que outra pessoa estivesse se passando por ela. Diligências foram realizadas para localizar as crianças por meio de registros escolares, ocasião em que se verificou que Alexsandro, o “Branco”, havia solicitado a matrícula de Kauã Miguel.
A PC-AM também constatou que Alexsandro já era investigado por estupro de vulnerável contra duas crianças em Alvarães, além de outros crimes, o que reforçou as suspeitas sobre seu envolvimento no caso.
Segundo o delegado, um número de telefone supostamente vinculado a Ana Paula, ou utilizado por alguém que se passava por ela, tentou negociar a venda de um imóvel por valor muito abaixo do mercado. Uma das transferências bancárias relacionadas à transação foi realizada via Pix para uma conta de Alexsandro, conectando-o novamente à situação.
Diante desses fatos, a equipe de investigação passou a considerar a hipótese de que Ana Paula e os filhos estivessem sendo vítimas de sequestro ou mantidos em cárcere privado. Foi solicitada à Justiça a prisão temporária de Alexsandro, que teve a ordem judicial decretada. Após permanecer dez dias foragido, ele foi capturado em Tefé, onde prestou depoimento e apresentou diferentes versões sobre o caso, todas posteriormente consideradas inverídicas.
Com base nesses novos elementos, a prisão temporária de Alexsandro foi convertida em preventiva. No entanto, ele conseguiu fugir do presídio de Tefé em 14 de julho deste ano.
As diligências prosseguiram e a Polícia Civil encontrou um possível cativeiro com ossadas humanas na comunidade Açaítuba. Exames antropológicos indicaram que os restos mortais podem ser de crianças com características semelhantes às das vítimas. A PC-AM aguarda o resultado da análise genética para a identificação definitiva das ossadas.
Na última semana, familiares das vítimas encontraram novos ossos na mesma região. A descoberta ocorreu devido à vazante do rio, que expôs áreas anteriormente alagadas. O material foi entregue à delegacia, onde foi lavrado auto de exibição e apreensão, sendo posteriormente encaminhado à perícia.
Até o momento, cerca de 31 pessoas já foram ouvidas no decorrer da investigação. Foram cumpridos mandados de busca em cinco residências e realizadas quatro representações por prisão, entre temporárias e preventivas. As investigações seguem com foco na identificação das ossadas por meio de confronto genético e na apuração da possível ligação do suspeito com outros desaparecimentos.
Algumas pessoas já foram presas por prestarem auxílio material ao foragido. As equipes das delegacias de Alvarães e Tefé seguem empenhadas na localização de Alexsandro da Silva.
Informações que possam contribuir com as investigações ou com a localização do foragido podem ser repassadas, de forma anônima, pelos números (97) 98417-7265, disque-denúncia da 57ª DIP, ou 181, da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM).
Outros desaparecidos
Durante as investigações, surgiram indícios de outros desaparecimentos relacionados ao investigado. Entre as vítimas estão: Hevelyn Kalena, ex-namorada dele, e seus dois filhos, Hanna Sophia e Yuri Kalel. Em uma das buscas e apreensões realizadas em imóveis onde ele residiu, foi encontrada a certidão de nascimento de Hanna Sophia.
A filha do investigado, Maria Eloísa Lopes, também está desaparecida desde novembro de 2024. Além dela, há o caso de Paulo Roberto, que saiu para realizar um serviço com “Branco” em uma comunidade de Tefé e não retornou, estando desaparecido desde maio deste ano.
FOTO: Divulgação/PC-AM